quinta-feira, 21 de abril de 2011

Tempo, vento e chuva

Tal como podemos ver quando olhamos pela janela, o tempo muda, e com cada mudança, leva com ele todas as memórias, tudo o que passou…
A chuva vai caindo e aquela melodia recorda cada tecla de um piano que acompanha o crescimento de uma bela rosa, que depois de arrancada morre lentamente, de uma forma bela e silenciosa no olhar triste e apaixonado de alguém que perdeu o seu amor.
Com os olhos secos de uma cor azul do céu, observando pela janela a rotina de todos os dias, sinto que algo mudou, e não há como seguir… Então, a cor se vai transformando em cinza triste, seguida por um negro impiedoso onde uma lágrima se transforma.
Percorro a correr, com os pés descalços, aqueles caminhos chorosos de sombras que aumentam com o passar do tempo, que gritam e desesperam por um novo olhar…
Continua assim a chuva a cair em mim, molhando meu corpo, meus cabelos negros, meu rosto, meus lábios, meus olhos… escondendo as lágrimas que teimam em cair… Paro no meio da rua e contemplo o solo observando cada gota que cai, sentindo o solo nos meus pés maguados e sentindo o frio que me toca e me gela…
Aconchego-me nas roupas molhadas, mas já nada me chega, já nada me basta…
De joelhos caio no chão, que me raspa os joelhos fazendo-os sangrar...

Nesse momento entendi...
Não somos imortais!
E com o sangue que derramei
Envolvendo a água à minha volta
Assim como as minhas mãos
Senti a brisa que me dizia ao ouvido:
"Nem todos os momentos são felizes,
Existem tambám as lágrimas, o sangue e a dor!"
E tudo levou,
Nada ficou, Nada sobrou.

1 comentário:

Lê, sente, reflecte e comenta. Obrigado.