domingo, 27 de janeiro de 2019

Tu...

Já amanheceu, não dei pelo tempo passar... O céu não parece tão brilhante quanto outra hora sonhei e a luz que me ilumina não aparenta tão brilhante como um dia prometeu... Não sinto os segundos, os minutos nem as horas que por mim passam, neste pensamento que não parece meu… Há uma voz que me sussurra ao ouvido de que afinal eu irei ceder ao que realmente sou, que já estava mais do que na hora de me mostrar na realidade e menos como me quero parecer. Afinal não sou assim tão inocente, não é o que me dizes? Sim, tu voz que me diz à muito tempo que não há nada que me possa salvar e que a verdadeira imagem que tenho é irónica, calculada e fria… Tu que me fazes sentir o ar frio que acompanha as tuas palavras, a descer pelo meu pescoço em direção a minha espinha e me arrepias ate aos ossos… Tu que fazes o meu sangue ferver por uma coisa que nunca irá acontecer… por uma coisa que nunca será realidade… Tu, quem nunca poderei tocar mesmo que por um segundo, apesar dos teus lábios acompanharem a minha pele e me fazerem tremer… Sim tu, que não és real e me tentas ao inferno com o pretexto da salvação… Tu… que não existes para além da minha malvada imaginação que me trai, de forma a que nunca mais seja possível voltar ao que era antes e assim seja possível arder juntamente com os que ameacei um dia transformar em cinza.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Vou andando por ai, meia consciente, meia dormente... Os meus pés levam-me a algum lugar, sem eu saber qual.
Sinto que estou perdida mas não me quero encontrar! Não sei qual é o sentido das coisas, o sentimento empregando não parece real, mas não parece o suficiente...
Tantos olhares pousados em mim, tanta esperança duvidosa que têm, quando nem eu sei o que fazer. Tantas risadas viradas para o ombro como se eu não as entendesse, como se nem as visse...
Mas continuo sem entender qual é o propósito de tudo isto...
Será que só deixo acontecer para me sentir viva? Para ter qualquer coisa pelo que reclamar? Acho que até estou a gostar deste sentimento, desta dor, talvez para se transformar apenas num pretexto para me voltar a queixar...
Continuo perdida entre pensamentos...
Mas pergunto-me quando será que eles acabam...
Continuo a vaguear por ai a contemplar o vazio dos meus próprios passos que não me levam a lado nenhum...
Mas há ali qualquer coisa ao fundo que me faz continuar. Algo que nem consigo ver ou entender que me prende neste inconstante...
A ideia de poder alcançar esse desconhecido faz com que continue a andar ... A cada passo aquele incerto parece mais próximo, mais certo, mas ao mesmo tempo continua tão longe que sinto que se prolonga pelo horizonte...
Estou a ficar sem fôlego para entender se la consigo chegar e sinto-me a fraquejar...

Devo desistir? Talvez, quem sabe?



terça-feira, 12 de abril de 2016

Perdida

Eu sei, já vai um tempo mas...

...Sinto que me perdi…

Vejo relâmpagos, ouço-os bem alto… A chuva cai persistente, teima simplesmente em cair… vejo tudo quase parado, quase em câmara lenta, vejo cada gota cair em todo lado. E eu, aqui perdida no meio da multidão… porque que tudo parece tão estranho? Os guarda-chuva abertos parecem burrões que se afastam me mim. Porque que eu estou aqui? Mais um relâmpago e a chuva cai mais forte… triste destino. Estou encharcada, e tremo até aos ossos… mal consigo ouvir. Parece tudo tão distante, mas porque que estou aqui? Estou completamente perdida, a pensar, assim a olhar para cada detalhe, para cada luz persistente em cima da minha cabeça… porque? Tenho uma poça a meus pés, cada vez maior… Não, não consigo mexer-me… Sinto cada gota independentemente de tudo… parecem as palavras de alguém que insiste… Assim como eu, me insisto a sentir este medo irracional… assim como eu estou prestes a ceder a uma coisa impossível, a uma dor provocada.

Insanamente, porque que continuo aqui?
Porque que me mantenho parada, quando tenho um furacão dentro de mim?
Porque?


Photo by: Sukih L.A
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domingo, 30 de junho de 2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

Fala-me de ti

Sei poucas coisas sobre ti, sei que não conheço nem metade da metade de ti. Sei que já sofreste, que já choraste independentemente da cara que mostras, independentemente do que digas, das palavras que saiam dos teus lábios desenhados com os mais leves traços de carvão pintados com o mais brilhante tom de rosa.
Danças com o vento, mas a história é outra. Aparentas belos e finos traços de porcelana, as tuas roupas esvoaçam tal e qual o teu cabelo que brilha e esconde os teus olhos molhados das lágrimas que tanto escondes.
Estás feliz, mas já estiveste triste, tens um sorriso subtil, mas eu continuo sem saber nem metade da metade do teu ser.
Tenho muito a descobrir nas tuas palavras codificadas, nas tuas meias histórias, nas tuas meias frases, meias palavras…
Sabemos que não dizes nem dirás metade do que me queres contar, do que queres dizer.
Não há grande coisa de novo para fazer, mas juntamente, o teu ser e o meu, vão conseguir abrir as portas do que para mim é desconhecido e fazer voltar a mim as asas da imaginação, fazendo-me pintar a mais bela obra de arte alguma vez vista, alguma vez criada, num véu que trará de volta ao que sou, a luz, escondendo a escuridão do meu ser, tirando-me da ignorância da melodia que eu ouço, por não saber qual é a verdadeira melodia do teu ser.
 

domingo, 26 de agosto de 2012

Sweet rain

Sweet rain... Drop on me, give me ur kiss, glides through my hair and lips... Then tinkle on the floor.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Na minha mais profunda Solidão...

Aquela imagem toca, está viva e em movimento… Dela saem milhares de sons que se transformam numa bela mas macabra melodia saída das teclas de um piano assombrado. É uma imagem sombria portanto; uma imagem do meu Mundo, do meu ser… A minha alma dentro dela é a que toca e se passeia a correr ou a andar por ente a folhagem das heras que trepam e tentam vestir as arvores despidas, assim como cobrem o chão; também vagueia naquele palácio vazio, deserto de algum tipo de vida…
A solidão é assim um refúgio, uma paisagem… será?
O nevoeiro não deixa ver com clareza tal resposta, as palavras flutuam com ele e ecoam quando batem nas paredes robustas, maciças, pesadas, impenetráveis… frias! Sinto-me confusa, mas a melodia continua, o tom aumenta para o grave e ouve-se uma voz. És tu quem canta com a música.
De repente, vem o silêncio, um silêncio ensurdecedor quebrado pelo som dos teus passos tão pesados.
A minha alma foge de ti, mas eu permaneço quieta sentada ao piano. Errado, eu não, ela! A minha alma! Afinal sou eu quem foge com medo… sou eu, porque fecho o livro rapidamente e tremendo, o atiro contra a parede, com receio que a tua visita seja real, com medo de voltar a sentir a tua presença, a ver o teu rosto mármore, os teus olhos esculpidos de um negro tão profundo e as tuas asas gigantescas, desumanas, impiedosas e petrificantes, que de novo me farão parar e me envolverão cruel e insensivelmente, fazendo-me de novo tua, sem fuga possível para o meu silencio, para o meu livro refugio… para a minha querida Solidão!

A resposta afinal é clara:
A solidão retida por alguns momentos,
Afinal é uma paisagem
E está presa na nossa mente,
Presa nas profundezas dos nossos olhos,
No espelho da nossa alma
Que se reflecte pelo seu brilho e cor,
A essa chamamos a nossa aura
Invisível a certos olhos…