A solidão é assim um refúgio, uma paisagem… será?
O nevoeiro não deixa ver com clareza tal resposta, as palavras flutuam com ele e ecoam quando batem nas paredes robustas, maciças, pesadas, impenetráveis… frias! Sinto-me confusa, mas a melodia continua, o tom aumenta para o grave e ouve-se uma voz. És tu quem canta com a música.
De repente, vem o silêncio, um silêncio ensurdecedor quebrado pelo som dos teus passos tão pesados.
A minha alma foge de ti, mas eu permaneço quieta sentada ao piano. Errado, eu não, ela! A minha alma! Afinal sou eu quem foge com medo… sou eu, porque fecho o livro rapidamente e tremendo, o atiro contra a parede, com receio que a tua visita seja real, com medo de voltar a sentir a tua presença, a ver o teu rosto mármore, os teus olhos esculpidos de um negro tão profundo e as tuas asas gigantescas, desumanas, impiedosas e petrificantes, que de novo me farão parar e me envolverão cruel e insensivelmente, fazendo-me de novo tua, sem fuga possível para o meu silencio, para o meu livro refugio… para a minha querida Solidão!
A resposta afinal é clara:
A solidão retida por alguns momentos,
Afinal é uma paisagem
E está presa na nossa mente,
Presa nas profundezas dos nossos olhos,
No espelho da nossa alma
Que se reflecte pelo seu brilho e cor,
A essa chamamos a nossa aura
Invisível a certos olhos…
lindo Sukih! Escreves tão profunda e sensivelmente... You must be one of a kind for sure !
ResponderEliminar