segunda-feira, 7 de março de 2011

Impavidez de boneca

Quando menos esperamos aqueles que mais amamos, estão a levar com uma porta na cara por nossa culpa e vêm em redor tudo a fechar, a escurecer, a perder-se...
Essa tua obsessão pelo nosso futuro supera tudo, ultrapassa o Mundo.
Por vezes rastejamos, mas vês para que serve?
Não chores, o devido valor nunca está lá, nunca nos é dado...
Palavras saem da boca sem pensar como as notas musicais que se arrastam pelos corredores da grave dor que aumenta a cada toque, a cada lágrima que escorre pelo rosto pálido e gélido como a mármore branca e fria que foi esculpida.
Vi a tua mente perder-se no grande labirinto que tentou atravessar, senti a tua dor, estive lá e para tudo ainda aqui estou...
A tua bela boneca que apertas com força contra o teu peito de onde parece saltar o teu coração...

Sou a que sangra por ti mesmo quando pareço impávida
Sou a que chora quando no meu rosto aparece um sorriso
Sou a que agarra as palavras que te parecem em vão...
Estou lá quando precisas

Sentada na tua cama
Esperando-te
De cabeça descaída
Com o mesmo olhar de vidro, distante
Com o mesmo sorriso assustador
Com os meus cabelos negros
Com a mesma palidez
Que atravessa teus pesadelos
Transformando-os em lindos sonhos...
Penetrando teus olhos multicolores
Que também perdem o brilho de tristeza!

3 comentários:

Lê, sente, reflecte e comenta. Obrigado.